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Cristian Silva Vilela tem 42 anos, 23 deles vividos como colaborador da UninCor. Mas sua história na instituição não começou como colaborador, mas como aluno de um curso técnico de processamento de dados. Quando terminava o curso, no fim de 1997, surgiu uma oportunidade para trabalhar como digitador de provas na antiga gráfica e Cristian, que hoje é analista de suporte pleno, começou a trabalhar na mesma sala onde trabalha hoje, porém agora no setor de Tecnologia da Informação (TI). “Por incrível que pareça, é no local de trabalho onde eu estou hoje. Foi lá que eu comecei, no mesmo local, ali, naquela salinha”, ele conta. 

Da gráfica foi convidado a trabalhar na Tesouraria e aceitou prontamente, pois considerava-se realizado por estar trabalhando dentro da UninCor, em qualquer setor que estivesse. Começou a trabalhar muito cedo, com apenas 11 anos de idade, ajudando seu pai em um bar do qual era proprietário e na universidade nunca se importou em auxiliar outros setores, se necessário. “Por exemplo, eu tô subindo uma escada aqui, tem um pessoal carregando uma mesa, eu vou ajudar! A gente tá na mesma empresa, tá crescendo junto, por que não pode ajudar, né?”, comenta.  

Da Tesouraria foi para o Departamento Financeiro, depois passou para o Laboratório de Informática. De lá, o próximo setor foi o de Informática, hoje conhecido como TI. Trabalhou por três anos e meio no Núcleo de Educação a Distância (NEAD), até finalmente ir para o Departamento de TI, onde está hoje. 

Não é apenas em seu trabalho no setor de TI ou com serviços braçais que Cristian gosta de auxiliar os colegas. Brincalhão, ele se sente bem fazendo as pessoas rirem. “Se você consegue fazer ela rir, ela vai se sentir um pouco melhor. Eu não sei o que tá ali dentro, às vezes ela tá com um problema familiar, uma doença, sabe?”. Enquanto tenta fazer os outros sorrirem, provavelmente ninguém percebe que ele mesmo possa estar precisando de uma palavra amiga, já que está testemunhando a doença de seu pai, de quem ele cuida. “No momento eu estou vivenciando uma doença do meu pai, mas eu não deixo isso atingir a minha família, minha segunda família aqui, que é a universidade, pelo contrário, eu acho que a gente tem que deixar muita coisa lá fora, entrar aqui com o melhor que eu tenho”, ele diz. 

Ele se sente acolhido na instituição: “aqui é onde eu ganho o meu pão, onde eu me esforço, sou bem quisto, bem recebido, abraçado. Então, eu tento dividir isso, é o que eu tenho de melhor, acho que a minha melhor virtude é tentar essa brincadeira, com todo respeito, de fazer as pessoas se sentirem melhores”. Ele conta que seus colegas brincam e dizem que ele é louco. “O pessoal fala, ‘o grilo é louco’, meu apelido é grilo. Não é louco de maldade, é louco por fazer as pessoas se sentirem melhores. A minha loucura é fazer você se sentir bem. Eu me sinto preenchido com isso”, ele completa.

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Fora da UninCor, ele gosta de jogar futebol, se reunir com os amigos e se dedicar aos seus estudos espirituais. Apesar de se dedicar ao kardecismo e à umbanda, ele prefere se definir como espiritualista, que é um termo mais amplo, já que sua mente é aberta e ele prefere não se rotular. “Quando você fala que é espiritualista, é um jeito de se falar que é universal, é abrangente, não tem problema com nenhuma religião”, explica. Gosta também de estudar o desapego do Budismo e o perdão da Seicho-no-Ie.

Ele diz que a sua mediunidade é algo que o faz sentir completo. “Acho que isso é parte da minha fé, da minha mediunidade, então já sou preenchido dessa maneira, quando eu consigo fazer as pessoas se sentirem bem, eu me sinto melhor ainda”. Quando perguntado sobre algo que ele gosta na instituição, diz que uma das “200 mil” coisas, ele destaca a autonomia que sempre recebeu de todos. “O professor Leandro, Tulio, Viviane, pessoal dá uma liberdade muito grande de chegar, apresentar um projeto, uma ideia. Eu passo para o gestor, que passa para o professor Leandro, que passa para o Túlio, chama, te ouve, estuda junto uma maneira e aquilo se desenvolve. É muito bom. Isso é autonomia. Todo colaborador tem que buscar ideias lá fora, no mercado, remodelar, enquadrar dentro da universidade”. Cristian diz que sempre teve muita abertura dentro da instituição: “sempre tive, não tenho o que reclamar. Quando havia algum impedimento, eu procurava ver como eu estava apresentando a minha ideia. Se analisarmos, em vários momentos do dia, percebemos que somos afoitos, ansiosos e até mesmo insensatos, quando queremos que seja feito da nossa maneira. Hoje não, eu prefiro analisar como aquele que recebe a minha ideia, pois, muitas das vezes, esse mesmo já traçou o ideal que ali apresento e não obteve sucesso. Por isso, acredito que sempre que formos apresentar algo a alguém, que tenhamos empatia no tato diante do mesmo. Quando eu me posicionei, com um olhar daquele que ali está gerindo, percebi o quão difícil é executar uma ideia ou projeto! Admiro os gestores por isso, pois gerir requer não só técnica, mas também um grande controle emocional”. 

Ele ressalta sua gratidão à UninCor, onde diz ter aprendido muito. “Eu fui construído aqui dentro. Eu cheguei cru em muitas coisas, eu tinha 19 anos. Agradeço muito a Deus primeiro, por ter essa oportunidade de trabalhar numa universidade, onde você todo dia é educado e reeducado. Você tem que ser grato ao local. Isso aí é uma coisa  que te alimenta, a gratidão”. 

Cristian, que procura sempre desenvolver e aprimorar o amor ao próximo e a empatia, deixa um recado aos colegas da instituição: "Eu gostaria que a gente percebesse que aqui a gente é uma família. Eu quero agradecer muito à minha equipe do TI, são pessoas maravilhosas. Eu sei que eu sou meio brigão às vezes, mas nunca foi por vaidade, é porque eu acho que a minha opinião às vezes seria válida diante daquele momento, daquela circunstância e eu não posso ser omisso. Eu peço desculpa a todos eles, se eu briguei, foi por uma vontade de melhoria diante de todos. Somos uma família, vamos tentar ser mais unidos, porque a união, realmente faz a força em tudo. É muito difícil sermos atingidos quando estamos unidos, realmente unidos. E que cada um saiba valorizar os tesouros que possuem. Quanto custa seu sorriso ao próximo?”, finaliza.