Cristiane Gattini Sbampato, professora dos cursos de Agronomia, Nutrição e Farmácia da UninCor, doutora em Ciência dos Alimentos, fala sobre como a alimentação saudável pode auxiliar nosso organismo nesse momento de pandemia. Confira.
1 – Qual a importância da alimentação saudável durante a pandemia?
A população brasileira está enfrentando muitas dúvidas diante do coronavírus (Covid-19), dentre elas encontram-se as relacionadas à alimentação. Muitas informações sobre a ingestão de alguns alimentos e até “receitas milagrosas” circulam pelas redes sociais com a promessa de prevenir ou curar a doença, mesmo sem existir comprovações científicas para essas afirmações.
A alimentação tem papel importante no sistema imunológico, o consumo de alimentos saudáveis associado a bons hábitos como a prática de atividade física, consumo adequado de água, redução de bebidas alcoólicas e tabagismo, certamente ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, reduz incidência de obesidade e desnutrição, que são fatores de risco, podendo ser útil no combate contra qualquer tipo de doença, porém, essas medidas não devem ser consideradas como tratamento na infecção por Covid-19.
2 – Como planejar as refeições?
A alimentação deve ser mais natural e variada, dando preferência aos alimentos in natura e minimamente processados, como exemplos, legumes, verduras, frutas, arroz, feijões, castanhas, carnes, batata, mandioca, ovos, leite e derivados. Óleos, gorduras, sal e açúcar devem ser utilizados em menores proporções.
O consumo de alimentos processados como conservas de frutas ou verduras, extrato ou concentrado de tomate adicionados de sal (se conter apenas tomate, é minimamente processado), geléias de frutas, e enlatados, deve ser limitado, já os ultraprocessados como margarina, sopas em pó, macarrão instantâneo e temperos instantâneos, alguns produtos congelados e prontos para o consumo (lasanha, torta, nuggets...), biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes (inclusive os chamados diet ou light), sucos industrializados ou néctares, salsichas e outros embutidos, devem ser evitados.
3 – Quais nutrientes auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico
Algumas pesquisas demonstram a relação entre consumo adequado de vitaminas e minerais, Ômega 3 e probióticos e sistema imunológico.
Os probióticos, como exemplo, os leites fermentados, beneficiam o funcionamento do intestino e consequentemente aumentam a imunidade, o ômega-3, um ácido graxo encontrado em peixes como salmão, sardinha e atum e nas oleaginosas, possui efeito anti-inflamatório, sendo assim, podem diminuir risco de infecção. O consumo regular de Ômega 3 também está associado à redução dos sintomas de ansiedade e depressão, esses transtornos segundo Ministério da Saúde, vem acometendo boa parte da população brasileira durante a pandemia.
Estudos revelam que 82% dos pacientes de Covid-19 têm deficiência de vitamina D, isso deve-se ao fato da vitamina D ser essencial para manter a imunidade forte. As principais fontes de vitamina D são: carnes, peixes (sardinha, salmão), fígado, leite e ovos. O Zinco é um mineral essencial para crescimento, desenvolvimento e função imunológica. As principais fontes do zinco são, carnes bovinas, peixes, aves, leite, queijos, frutos do mar, grãos integrais, gérmen de trigo, feijões, nozes, amêndoas, castanhas e semente de abóbora.
Assim, a ingestão adequada de alimentos fonte dos nutrientes citados pode favorecer diretamente nas funções das células de defesa do organismo, auxiliando na promoção da saúde e qualidade de vida dos indivíduos.