No dia 16 de março foi realizada mais uma reunião do grupo de estudos Narrativas e Memórias, coordenado, desde 2015, pela Profa. Dra. Cilene Pereira. Neste semestre, o grupo se dedicará a estudar o tema da violência durante encontros mensais. Nesta última reunião, foram discutidos três capítulos do livro "Brasil: mito fundador e sociedade autoritária" e o texto "A não violência do brasileiro, um mito interessantíssimo", de Marilena Chaui.
Os textos ajudam entender a formação histórica do país e como funcionam os privilégios da elite e sua forma de bloqueio "de ações sociais e da opinião como expressão dos interesses e dos direitos de grupos e classes sociais diferenciados e/ou antagônicos", conforme trecho de um dos textos: "Conservando as marcas da sociedade colonial escravista, ou aquilo que alguns estudiosos designam como ‘cultura senhorial’, a sociedade brasileira é marcada pela estrutura hierárquica do espaço social que determina a forma de uma sociedade fortemente verticalizada em todos os seus aspectos: nela, as relações sociais e intersubjetivas são sempre realizadas como relação entre um superior, que manda, e um inferior, que obedece. As diferenças e as simetrias são sempre transformadas em desigualdades que reforçam a relação mando-obediência. O outro jamais é reconhecido como sujeito nem como sujeito de direitos, jamais é reconhecido como subjetividade nem como alteridade. As relações entre os que se julgam iguais são de ‘parentesco’, isto é, de cumplicidade ou de compadrio; e entre os que são vistos como desiguais o relacionamento assume a forma do favor, da clientela, da tutela ou da cooptação."