Estudantes do Curso de Psicologia realizaram na última semana, 5, visita técnica ao Museu da Loucura, em Barbacena. O acervo expõe peças utilizadas em tratamentos, documentos e fotos da época recontando um pouco da história do primeiro hospital psiquiátrico de Minas Gerais.
 
"É uma visita técnica fundamental para se tratar da realidade da luta antimanicomial no Brasil. A importância de se conhecer o Museu relaciona-se com evitar os erros do passado e todas as formas de intervenções abusivas e errôneas que eram constituídas no campo da saúde mental", comentou o Coordenador do Curso de Psicologia, professor Jesus Alexandre Tavares Monteiro. 
 
O museu serve hoje para conscientizar toda sociedade com relação à crueldade no tratamento de pacientes com transtorno mental - e os excluídos socialmente - no Hospital Colônia, que funcionou de 1922 a 1980. 
 
Em seu período de funcionamento, estima-se que o manicômio foi responsável pela morte de 60 mil pessoas, período tratado pelos especialistas como Holocausto Brasileiro. A alcunha é também título da obra, lançada em 2013, da pesquisadora e jornalista Daniela Arbex que remonta a história e traz relatos de pacientes, familiares e profissionais do Hospital Colônia.
 
O Museu da Loucura está localizado no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, à Avenida 14 de Agosto, no Bairro Floresta.
 
Luta Antimanicomial
O movimento de humanização no tratamento realizado pela Saúde Mental cresceu desde os anos 80 e provocou avanços nas políticas públicas, nos aspectos normativos e assistenciais aos portadores de transtorno mental, seus familiares e a sociedade.
 
Desde que a Lei da Reforma Psiquiátrica nº 10.216/2001 entrou em vigor, a Saúde Mental passou por um processo de substituição desde modelo. Com isso, a Luta Antimanicomial demonstra para toda sociedade que pessoas com transtorno mental têm o direito fundamental à liberdade, de serem respeitados e de receber cuidado e tratamento sem abrir mão de seu lugar de cidadãos.