Intervenção artística recriou ambiente dos manicômios e lembrou como eram os tratamentos da saúde mental.

Em conscientização sobre a Luta Antimanicomial, ontem [18], estudantes e professores do Curso de Enfermagem reproduziram ambientes característicos dos tratamentos recebidos nos manicômios. Trazendo um pouco da realidade com a qual portadores de transtornos mentais conviveram por muito tempo em hospitais psiquiátricos, o objetivo da ação foi chamar a atenção de toda comunidade acadêmica para modelos assistenciais mais adequados e humanizados envolvendo a saúde mental.

Além de cartazes e faixas, os estudantes representaram as práticas de isolamento, exclusão e segregação às quais os internos eram submetidos. "As pessoas, mesmo tendo transtornos mentais, podem viver bem em sociedade. Temos que aprender a nos colocar no lugar do outro, entender essas necessidades e oferecer uma assistência digna com atenção, cuidado, apoio da família e envolvimento social", comentou a Profª. de Enfermagem Psiquiátrica, Susinayara Vilela Avelar Rosa.

Desde que a Lei da Reforma Psiquiátrica nº 10.216/2001 entrou em vigor, a saúde mental passou por um processo de substituição desde modelo. Com isso, movimentos de Luta Antimanicomial demonstram para toda sociedade que pessoas com transtorno mental têm o direito fundamental à liberdade, de serem respeitados e de receber cuidado e tratamento sem abrir mão de seu lugar de cidadãos.

"A gente quis mostrar para as pessoas como era antes o tratamento dos pacientes e trazer um realidade que muita gente não tinha acesso, não sabia como era. Durante a ação, as pessoas iam passando por nós e ficavam impressionadas, achavam desumano, e era assim que era feito. Senti que a gente conseguiu passar a mensagem", declarou a estudante Joyce de Sá Silva, do nono período de Enfermagem. A Coordenadora do Curso de Enfermagem, Maria de Fátima Carneiro Ribeiro parabenizou a iniciativa do grupo e disse que "deixar evidente essa realidade que aconteceu por muito tempo nos hospitais psiquiátricos é uma forma de não deixar que estas práticas voltem a ocorrer. A loucura merece ser tratada com respeito e dignidade, não com preconceito ou exclusão".

Durante o intervalo, os alunos também fizeram atividades no Espaço de Convivência da Praça de Alimentação. Eles apresentaram um pouco da importância da conscientização, interagiram com os demais estudantes e contaram com a participação da Banda Marcial da EsSA.